segunda-feira, 7 de maio de 2012

Enó...cuo


Não sei se vos tinha dito mas às vezes, sou um enófilo... que para quem não sabe, é um apreciador de vinhos amador… Há quem diga que um enófilo é também um consumidor de sais de fruta eno (o produto que nos salva de uma ressaca!!!), mas não é o meu caso...
 Enfim, é do senso comum que gosto de uma boa pinga de "binho" mas sublinho que só bebo por questões puramente profissionais !? Vai daí, sou incapaz de recusar uma prova de qualquer néctar vitivinícola inclusive até mesmo aqueles vinhos pequenos que nos “rebentam” o estômago (“,).
Contudo, reconheço humildemente que sou muito mais “sonófilo” do que enófilo logo, sair da cama um Sábado de manhã às 9h00m é algo que só acontece mesmo quando o meu elevado sentido de responsabilidade profissional assim o exige!!!
E pronto… Sábado passado, o dever chamou-me e là fui!!! Aceitei um convite irrecusável do meu grande amigo, ilustre editor literário do Correio do Minho, e fui ao “Concours Mondial  de Bruxelles” assistir qual repórter às provas realizadas por um painel de 316 degustadores de 40 países de todo o mundo.
Admito que a forma como o concurso decorre me surpreendeu por diversos aspetos negativos:
O pior aspecto era sem dúvida o cheiro que se fazia sentir mal se entrava no multiusos de Guimarães... Poucos conhecem a saudosa tasca do Mica na freguesia onde passei a maior parte da minha adolescência mas sou capaz de jurar que reconheci o mesmo odor, não por ser um cliente assíduo do referido estabelecimento comercial mas porque passava várias vezes na rua do dito e reconheci no pavilhão precisamente o mesmo odor que me secava as narinas quando transitava a cerca de 15 metros da tasca e o vento corria de feição... Mau, diria bastante mau para quem tinha de descortinar ali uma panóplia de soberbos aromas e odores!!! Depois, a forma como as provas decorriam: Os 316 provadores eram divididos em grupos de 7 pessoas de diversas nacionalidades. Estes tinham de provar em cada manhã, 50 vinhos das 8h30m às 12h30m... Não é propriamente o tempo que me aflige mas diria que ao fim do vigésimo vinho, as papilas gostativas da língua perderam grande parte da sua capacidade… Talvez esteja a ser modesto ou então talvez não tenha dado bom uso a minha língua no passado mas creio que era incapaz de o fazer!!!  Finalmente, o facto de existirem mais de 8000 vinhos em prova obriga a uma divisão dos provadores em grupos pequenos (os tais 7 que referi!)… É óbvio que existe um especial cuidado na constituição dos grupos mas mesmo assim, diria que certos vinhos podem sair beneficiados por serem saboreados por um lote tão restrito de pessoas.
Mas nem tudo é mau… Esse tipo de eventos para além de elevar a imagem de Portugal, traduz claramente uma vez mais que somos exímios organizadores de grandes acontecimentos. E depois, damos a conhecer Portugal ao mundo que ainda nos vê como uma província de Espanha. Finalmente, chamamos a atenção para os nossos vinhos… sobretudo os verdes e os do Douro ainda não reconhecidos ou mesmo pouco conhecidos do mundo não-europeu e que claramente deslumbraram quem os provou!!!
Brindo a isso!!! Saúde...

Som da semana: Red red wine - UB40

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