domingo, 11 de janeiro de 2015

Os Charlies



Não sei se vos tinha dito mas o atentado à redação do Charlie Hebdo é algo que me revolta…
Muito tenho lido a este respeito… Concordo com algumas opiniões, respeito outras e algumas revoltam-me, tanto quanto o atentado propriamente dito. Devo dizer que a minha causa não se prende com a liberdade de expressão ou o jornalismo, patati patata… Essa batalha está perdida há muito. Nem sequer sou fã do tipo de jornalismo provocatório e tendencioso do Charlie mas respeito-o. Opto sempre por jornais que informam sem cair na tentação de direcionar a notícia para a esquerda ou para a direita e ainda menos para as extremidades.
Conheço algumas pessoas muçulmanas, trabalhei inclusive com algumas… boas pessoas… genuínas! Respeitei e respeito a sua religião colocando aqui e ali algumas aspas mentais quanto a algumas práticas mas bom… reconheço que também coloco as mesmas aspas quando vejo certas práticas do Cristianismo. A isso chama-se respeitar para ser respeitado!!
O que me parece é que muitos não perceberam que o respeito tem de acabar quando certas práticas vão além do admissível. Não contem comigo para estar calado quando alguém que fala e expressa a sua opinião pode ser morto por ter ideais diferentes… MORTO, não cá as faltas de respeito de que muitos falam. Não contem comigo para aceitar que a mulher é um ser inferior que não tem direito a voto nem a conduzir e que só existe para servir os homens… calada e sem se atrever a olhá-los nos olhos. Não contem comigo para aceitar que um miúdo de 5 anos possa desatar aos pontapés à mãe só porque é homem (eu assisti a esta cena). Não contem comigo para aceitar que uma mulher com funções superiores num hotel em Marrocos não tinha nenhum homem na aldeia que aceitasse casar com ela (eu trabalhei com essa mulher). Exercia com maestria as suas funções durante o dia e a noite, recolhia-se a humilde casa dos seus pais e irmãos (que sustentava sozinha!) a pé, cabisbaixa, com um lenço a tapar a cabeça. Não contem comigo para aceitar que se entreguem armas a crianças para que elas apoiem as “cruzadas” à moda da idade média e façam uma limpeza religiosa pelo mundo; pelos vistos que irão começar por Portugal e Espanha.
O charlie não matou ninguém!!! Talvez não tenha respeitado aquilo que vai além do admissível. É isso… 

“Je suis este Charlie”!
Depois... depois há outros Charlies!

Sem comentários:

Enviar um comentário

o-blog-ações