Lembrei agora de uma expressão que usava o falecido José Maria Pedroto nos seus tempos de treinador: “Há dias em que para fazer aquilo que faço, sou muito mal pago mas há outros, em que para fazer aquilo que faço, sou muito bem pago”.
E hoje, devo reconhecer humildemente que fui muito bem pago para fazer aquilo que fiz. Uma reunião com um cliente fez-me largar as folhas de Excel por umas horas. Um dos participantes desta reunião era um conhecido cronista e enófilo, um homem com vasta experiência e imensas histórias para contar. Sinto-me na obrigação de vos transmitir algumas delas que, sublinho, valem o que valem e que portanto, cada um de vocês julgará.
As primeiras histórias centraram-se nos caminhos de ferro. A origem do nome de Afife por exemplo, conhecida vila próximo de Viana do Castelo, está intrinsecamente ligada aos Caminhos de Ferro. É conhecido o gosto que os ingleses tinham pela região há muitos anos atrás mas, chegados a Viana do Castelo, viam-se obrigados a perguntar como fazer para là chegar. Ora, à pergunta "which station?", a resposta era simples: “ the fifth” que mais tarde deu origem ao nome Afife. Se usarem a linha do Douro, verificarão que existe uma estação chamada "Nine" que pronunciamos tal qual se lê. Curiosamente, trata-se da nona estação a partir do Porto. Outra história interessante é a do desenvolvimento da Granja que se ficou a dever nada mais nada menos que ao Conde de Burney, residente na área que por ser administrador da Companhia de Caminhos de Ferro exigia que o comboio parasse perto de sua casa. Ora esse facto levou a que muitos construíssem as suas casas próximo da paragem do comboio.
A origem dos decanter´s também tem a sua piada. O general Nelson, grande apreciador de Vinho do Porto e farto de entornar as suas garrafitas com a ondulação do mar, pediu aos seus engenheiros da época para desenharem uma garrafa que não entornasse. Estima-se que seja essa a origem do decanter e não o facto de proporcionar oxigenação ao vinho.
A origem do nome Japão também terá origem nos navegadores portugueses que impedidos pela forte ondulação de ligarem os fornos para cozerem pão nos barcos, gritavam mal viam terras nipónicas: “Já há pão!!!”.
O tradicional "molete", nome atribuído ao pão no norte do país, terá a sua origem num padeiro chamado Monsieur Mollet que um Senhor francês dos tempos das invasões napoleónicas terá trazido consigo. A expressão “dá-me um pão do Mollet” passou rapidamente a “dá-me um molete”.
Tempo ainda para contar uma pequena história sobre as batalhas em que tal como hoje em dia, os portugueses não perdiam a oportunidade de ir assistir. Ora, para além de assistir, aproveitavam para usurpar algum equipamento aos ingleses que, sublinha-se, vinham para nos ajudar contra os franceses. Os generais ingleses fartavam-se de repetir “Lock it” para os seus pupilos no sentido de evitar esses pequenos furtos. Ora, os nortenhos rapidamente transformaram o “lock it” em "aloquete" termo bastante usual no norte do país mas totalmente ignorado no sul.
Volto a dizer que estas histórias valem o que valem. Terá sido assim mesmo? Pela minha parte, até me arranjarem outras explicações credíveis, vou tomá-las por verdadeiras.
E hoje, devo reconhecer humildemente que fui muito bem pago para fazer aquilo que fiz. Uma reunião com um cliente fez-me largar as folhas de Excel por umas horas. Um dos participantes desta reunião era um conhecido cronista e enófilo, um homem com vasta experiência e imensas histórias para contar. Sinto-me na obrigação de vos transmitir algumas delas que, sublinho, valem o que valem e que portanto, cada um de vocês julgará.
As primeiras histórias centraram-se nos caminhos de ferro. A origem do nome de Afife por exemplo, conhecida vila próximo de Viana do Castelo, está intrinsecamente ligada aos Caminhos de Ferro. É conhecido o gosto que os ingleses tinham pela região há muitos anos atrás mas, chegados a Viana do Castelo, viam-se obrigados a perguntar como fazer para là chegar. Ora, à pergunta "which station?", a resposta era simples: “ the fifth” que mais tarde deu origem ao nome Afife. Se usarem a linha do Douro, verificarão que existe uma estação chamada "Nine" que pronunciamos tal qual se lê. Curiosamente, trata-se da nona estação a partir do Porto. Outra história interessante é a do desenvolvimento da Granja que se ficou a dever nada mais nada menos que ao Conde de Burney, residente na área que por ser administrador da Companhia de Caminhos de Ferro exigia que o comboio parasse perto de sua casa. Ora esse facto levou a que muitos construíssem as suas casas próximo da paragem do comboio.
A origem dos decanter´s também tem a sua piada. O general Nelson, grande apreciador de Vinho do Porto e farto de entornar as suas garrafitas com a ondulação do mar, pediu aos seus engenheiros da época para desenharem uma garrafa que não entornasse. Estima-se que seja essa a origem do decanter e não o facto de proporcionar oxigenação ao vinho.
A origem do nome Japão também terá origem nos navegadores portugueses que impedidos pela forte ondulação de ligarem os fornos para cozerem pão nos barcos, gritavam mal viam terras nipónicas: “Já há pão!!!”.
O tradicional "molete", nome atribuído ao pão no norte do país, terá a sua origem num padeiro chamado Monsieur Mollet que um Senhor francês dos tempos das invasões napoleónicas terá trazido consigo. A expressão “dá-me um pão do Mollet” passou rapidamente a “dá-me um molete”.
Tempo ainda para contar uma pequena história sobre as batalhas em que tal como hoje em dia, os portugueses não perdiam a oportunidade de ir assistir. Ora, para além de assistir, aproveitavam para usurpar algum equipamento aos ingleses que, sublinha-se, vinham para nos ajudar contra os franceses. Os generais ingleses fartavam-se de repetir “Lock it” para os seus pupilos no sentido de evitar esses pequenos furtos. Ora, os nortenhos rapidamente transformaram o “lock it” em "aloquete" termo bastante usual no norte do país mas totalmente ignorado no sul.
Volto a dizer que estas histórias valem o que valem. Terá sido assim mesmo? Pela minha parte, até me arranjarem outras explicações credíveis, vou tomá-las por verdadeiras.